Branding Estratégico em Tech: Um Pilar para o Crescimento e as Vendas

Por Marina Marchiolli

Quando falamos sobre crescimento em empresas tecnológicas, o foco quase sempre recai sobre produto, marketing de performance e expansão de time. Tudo isso é importante, claro. Mas existe um ativo silencioso que, quando bem estruturado, multiplica o impacto de todos os outros: a marca.

Não estou falando de ter um logotipo bonito ou um site funcional. Estou falando de posicionamento. De percepção. De como a sua empresa é lembrada, compreendida e escolhida, mesmo num mercado saturado.

O que quase ninguém percebe: a marca é o que convence antes da conversa começar

Imagine um lead recebendo dois e-mails. Ambos com soluções parecidas. Um deles traz uma marca clara, bem posicionada, com uma mensagem que ressoa. O outro parece mais uma empresa tentando se explicar. Qual dos dois ele vai priorizar?

A resposta é quase sempre emocional, mesmo no B2B. Segundo a Forbes e a Harvard Business Review, mais de 80% das decisões em compras complexas envolvem aspectos emocionais, mesmo entre profissionais técnicos. Ou seja: a percepção da marca impacta diretamente a conversão.

O erro mais comum em empresas tech: entregar muito, comunicar pouco

Empresas tech estão entre as que mais entregam inovação real. Mas também estão entre as que mais falham em transformar essa entrega em uma mensagem clara e uma identidade que sustente crescimento.

E isso é fácil de entender. A equipe está focada em desenvolvimento, operação, roadmap, dados. O branding acaba ficando como “algo para depois”. O problema é que, quando o depois chega, a marca já virou ruído. Ou pior: está sendo comparada por preço com quem entrega muito menos.

Se a sua marca ainda precisa se explicar em toda reunião, é porque ela não está funcionando como deveria.

O que é branding estratégico, afinal?

Branding estratégico é o processo de estruturar sua marca como um sistema de percepção. Não é apenas design. É direção.

Envolve entender quem você/o que é, o que entrega de forma única, como seu público enxerga isso, e como toda sua comunicação (visual, verbal e narrativa) pode alinhar entrega com expectativa.

É o que transforma leads curiosos em leads decididos. E produtos bons em marcas desejadas.

Sintomas de uma marca em modo MVP

Se você sente que está crescendo em tração, mas com esforço demais, talvez sua marca ainda esteja operando no piloto automático. Aqui vão alguns sinais:

• Você é frequentemente comparado por preço

• Os leads chegam desalinhados com sua proposta de valor

• O discurso comercial depende de explicações longas e defensivas

• As redes sociais têm conteúdo, mas pouca conexão real

• O marketing gera alcance, mas não converte em autoridade

• O time comercial sente que precisa convencer o lead o tempo todo

Esses sinais não indicam um problema de tráfego. Nem de produto. Eles apontam para algo mais profundo: falta de posicionamento claro.

Branding certo = crescimento com margem (não só com volume)

Uma marca bem posicionada atrai o público certo. Reduz fricção na venda. Aumenta o ticket médio. Antecipar o convencimento é a grande virada que diferencia empresas que crescem com estrutura das que escalam na força.

Quando você alinha proposta, promessa e percepção, o valor percebido sobe. E com ele, sua margem. Você para de competir por atenção. E começa a ser escolhido.

Isso não exige grandes campanhas. Mas exige clareza.

Branding como diferencial estratégico (não como “custo de marketing”)

Nos bastidores de empresas tech, encontrei um padrão: a marca estava lá, mas não sustentava o crescimento.

Bastou reorganizar a estrutura da marca, essência, narrativa, identidade verbal e posicionamento, para o valor percebido mudar.

Em um dos casos mais emblemáticos, a Slack, plataforma de comunicação, cresceu de 15 mil para 500 mil usuários ativos diários em menos de um ano, sem grandes mudanças no produto. O que mudou foi o posicionamento. A marca saiu do território de app de chat e passou a comunicar uma nova forma de trabalhar, focando em agilidade, colaboração e cultura de equipe.

O resultado? Além do crescimento exponencial, a percepção de valor aumentou tanto que a empresa foi adquirida pela Salesforce por 27,7 bilhões de dólares.

Uma marca viva vende antes da venda acontecer

O branding estratégico é o sistema invisível que prepara o lead para confiar. Ele não substitui o comercial. Mas antecipa a percepção.

E quando bem feito, permite que sua empresa pareça maior, mais clara e mais confiável, sem precisar forçar aparência nem seguir fórmulas prontas.

Você se torna referência. Não mais uma alternativa.

Quer entender o que a sua marca está comunicando hoje e como reposicioná-la para crescer com mais valor percebido e diferenciação? Aplique-se

——

Fontes:

Harvard Business Review — “The New Science of Customer Emotions”

Forbes — “B2B Marketing Must Embrace Emotion”

Lucidpress — “The Impact of Brand Consistency”